domingo, 20 de fevereiro de 2011

SHANTALA - Massagem em bebês


Agora que minha filha está com 2 anos, resolvi retomar a prática da Shantala que eu havia abandonado há 1 ano, mais ou menos, pela pura falta de disciplina. Neste tempo, até apliquei a Shantala, mas na correria, apenas esporadicamente. 
Conheci esta técnica - que na minha opinião é mais do que isso, pois trata-se de uma filosofia de relacionamento pais e filhos -  em 2001 quando fiz um curso em São Paulo pelo Departamento de Psicologia da universidade em que estudava então. O curso era quesito obrigatório para participar de um projeto que utilizaria a Shantala para aproximar mães de seus bebês com Síndrome de Down, mães estas, que estavam encontrando dificuldades em aceitar a aparência física do bebê e por isso não conseguiam uma interação satisfatória com este. Mães de primeira viagem ou que possuam bebês com algum problema de saúde, também podem sentir receio em manusear a criança com medo de machucá-la, e encontram na Shantala uma aliada para vencer suas barreiras. 
Se você está "boiando" no assunto, saiba que Shantala é um tipo de massagem indiana milenar.  Na Índia esta massagem é passada de mãe para filha e é praticada naturalmente, ao ar livre e em casa, fazendo parte da maternagem tanto quanto a amamentação e outros cuidados com o bebê. O médico Frederick Leboyer (aquele mesmo, do parto na água, o "nascer sorrindo") em uma de suas viagens a este país, viu na rua, sentada no chão, uma linda jovem, paralítica, que massageava um também lindo bebê, calmo e gordinho, apesar da miséria do ambiente. Fotografou, filmou, aprendeu e trouxe a massagem para o ocidente, onde ele a batizou com o nome da jovem: Shantala.




Eu fazia os exercícios em uma boneca, tipo "meu bebê", que eu pegava emprestado da minha irmã na época e que hoje pertence a minha filha. Achei a experiência tão interessante e conhecendo os benefícios da Shantala (estreitamento da relação mãe-filho, diminuição do stress de ambos, desenvolvimento da coordenação motora, visual e consciência corporal do bebê, diminuição de cólicas e problemas respiratórios, aumento de apetite, de qualidade do sono, diminuição de possibilidade de violência contra a criança - bater, por exemplo - entre outros tantos), prometi que no dia em que fosse mãe, beneficiaria meu filho/a e a mim com esta massagem.
Pois bem, o tempo passou e quando minha filha estava com 2 meses, iniciei a Shantala. Não preciso nem dizer o quanto ela adorou (e adora!), ficava quietinha e foi um bebê muito calmo, que sorria para todos e conversava comigo pelo olhar. Tirando as peculiaridades da idade, ela ainda é assim, e acredito que a Shantala tenha contribuído para isso e também para seu rápido desenvolvimento, pois iniciou sua dentição aos 3 meses, com o mínimo de sofrimento, introduzi os alimentos sólidos aos 5 meses, que foram todos muito bem aceitos (batia um pratão!), falou sua primeira palavra com sentido aos 7 meses, mamou no peito até 1 ano e abandonou sozinha sem dramas. Hoje ela fala de tudo, não usa fraldas nem toma mamadeira. É claro que todo este desenvolvimento também se deve a outros fatores, genéticos, ambientais, escolares e muito mais, porém, existem inúmeros estudos científicos que comprovam o papel da Shantala no adequado (e tranquilo) desenvolvimento infantil. 
Para quem gostaria de experimentar em seu filho, recomenda-se iniciá-la a partir de 1 mês, mas ouvi dizer que já há estudos comprovando a eficácia da Shantala também em prematuros ainda na maternidade. A Shantala é um delicioso momento só seu e de seu filho, para conhecerem-se olhando nos olhos, além de palavras. Você vai precisar de um ambiente calmo, aquecido e silencioso, ou com música relaxante, óleo para bebês ou amêndoas (se bem que hoje como minha filha não toma mais banho em banheira - que é a parte final da massagem, faço depois do banho com creme hidratante infantil pra chamar o soninho). Sente-se no chão, colchonete ou cama, estenda no colo uma toalha, fralda ou lençol (no relaxamento, um xixi pode ocorrer) e deite seu bebê sobre ele, de frente para você. Converse calmamente com ele, cante uma canção de ninar, ou simplesmente sorria. Não tem idade máxima para começar, na Índia as mães costumam massagear os filhos até uns 15 anos, ou até que se casem (impensável pra nossa cultura, do "ai, mãe! que mico!", não é?) Mas se você tem um danadinho de 5 anos que nunca recebeu massagem, tente, e tenho certeza de que ele vai gostar. 
Procurei na web algum vídeo que mostrasse a vocês como se faz, com mais explicações, além daquele original de Shantala com seu filho Gopal, e encontrei inúmeros, mas resolvi postar (além dos links que vocês encontram por todo o texto) esta reportagem que a Ana Maria Braga fez no seu programa com um discípulo de Leboyer que trouxe a Shantala para o Brasil. Achei bem completa e fala sobre muitas coisas que queria lhes dizer sobre esta massagem. 
Ah, os papais também podem (e devem!) fazer! Meu marido aprendeu e quando ele aplica, minha filha a-do-ra!



IMPORTANTE: 
NÃO faça a massagem se a criança estiver doente, com febre, dor, fome ou chorando.
A criança precisa associar a Shantala a um momento de prazer e relaxamento.
Faça até a idade em que a criança quiser ser massageada, sem forçar.

“Sim, os bebês tem necessidade de leite,
 Mas muito mais de serem amados e receberem carinho
 Serem levados, embalados, acariciados, pegos e massageados”
LEBOYER


Um comentário:

  1. Oi, Liaaa! também não sabia que você tinha um blog! Adorei!!! Vou ler tudo que tem por aqui =)
    Beijo grande =**

    ResponderExcluir